Desde ontem a Equipe Rípio
sabia que deixar a cidade de Ushuaia em direção ao norte seria uma verdadeira
aventura cheia de obstáculos e muito perrengue devido à forte nevasca nos dois
dias anteriores e consequentemente à formação de muito gelo na pista. Ao
deixarmos o hotel e ingressarmos na Ruta 3 fomos parados no primeiro posto
policial, onde nos informaram que para transpor a serra conhecida como Paso
Garibaldi havia necessidade de utilização de correntes ou pneus com cravos
devido à camada de 5 cm de gelo no leito carroçável da estrada. De início
ficamos bastante desanimados até que o policial nos deu a dica de que existe um
produto, conhecido como “cadena líquida”, ou seja, corrente líquida, que é um
spray que se aplica nas rodas de tração do veículo e que permite dar mais aderência sobre a camada de gelo que se forma após as nevascas. Em consequência
retornamos para adquirir o tal produto. Após a compra de duas latas de spray
nos dirigimos novamente à Ruta 3 e só assim a polícia nos permitiu enfrentar o
Paso Garibaldi.
Como as instruções na lata
do spray indicavam uma autonomia de cerca de 15 km rodados para cada aplicação,
optamos por usá-lo somente em caso de necessidade, ou seja, caso o carro
começasse a ter dificuldade de locomoção. Mas para nossa surpresa a camionete
com 4X4 acionada e à uma velocidade de 40 km/h não demonstrou direção perigosa, ou seja, não houve
deslizamento das rodas e, resumindo, não foi necessário utilizar o spray.
Outro perrengue vivido
durante esta etapa foi a eterna falta de diesel de qualidade na cidade de Río
Grande, o que nos levou a dirigir no regime mais econômico do carro,
prolongando em demasia o tempo de percurso de determinado trecho.
Após vencidos esses dois
obstáculos tivemos que partir para a etapa de travessia do trecho chileno de
aproximadamente 120 km de estrada de rípio, o que foi também obstáculo vencido
com algumas derrapagens.
E com o sol quase se
pondo, na margem sul do Estreito de Magalhães já na fila aguardando o ferry
boat, observamos que “se pinchó la goma” (furou um pneu). Entretanto,
conseguimos atravessar o Estreito sem que o pneu ficasse totalmente vazio a
bordo da balsa, aspecto esse que nos traria uma grande dor de cabeça. Por fim,
conseguimos sair da balsa e estacionar num lugar seguro para que pudéssemos
trocar o pneu.
Após a troca do pneu já
com a caída da noite, rumamos para o nosso destino de pernoite, a cidade de Río
Gallegos.
Cadena líquida
Máquinas removendo excesso de neve na pista
na região do Cerro Castor, centro de ski
Muita neve acumulada na rodovia
Muita neve e gelo na estrada
Curvas fechadas no Paso Garibaldi
Paso Garibaldi
Difícil ler o que a placa indicava
Água congelada em Tolhuín
Tolhuín também atingida por forte nevasca
Longo trecho de rípio em território chileno
Pôr-do-sol no Estreito de Magalhães,
quando percebemos o pneu furado
Esperamos que antes de sair da Argentina troquem
ResponderExcluiras latas do Spray Defreezer por latas de Cerveza Quilmes,
ou uma garrafa de Hesperidina.
As fotos continuam sendo excelentes documentos para
enviar para Mitsubishi publicar na sua revista.
Especialmente o fato de ter atravessado o Paso Garibaldi
sem auxílios antiderrapagens.
Espero ver as fotos do pneu furado na balsa.